sexta-feira, 24 de abril de 2015

O Mundo de Andy, de Miloš Forman


O Mundo de Andy é um drama/comédia/biografia dirigido por Milos Forman que conta a vida e carreira do caricato comediante americano Andy Kaufman.
A principio você pode se perguntar: quem é Andy Kaufman? Eu também não fazia ideia. Bom, ele não é exatamente famoso no Brasil, mas foi um grande personagem na história da comédia americana. E eu diria que a palavra "personagem" se encaixa muito bem aqui, porque até mesmo os mais íntimos do Kaufman diziam não o conhecer completamente, uma vez que perdia sua identidade por trás das suas diversas interpretações.
Em um determinado ponto do filme eu já estava criando uma antipatia pelo protagonista, diante dos absurdos que ele é capaz de fazer pra seguir com seus quadros humorísticos, mas acho que era exatamente isso que Kaufman queria: embasbacar o espectador. Entrar em campeonato de luta livre com mulheres, contratar uma senhora pra simular uma morte durante uma apresentação dele no Carnegie Hall. Enfim, eu diria que o cara era um gênio incompreendido.

Achei as 1:58h de filme bem sintetizadas, e não só eu como qualquer outra pessoa poderia comentar aqui a atuação maravilhosa do Jim Carrey. Talvez eu seja suspeita pra falar? Sim. Eu sou apaixonada por ele. Mas se você der uma pequena pesquisada pela interwebs e ver vídeos de Andy Kaufman, é idêntico. Sério. Surreal. Depois de The Truman Show acho que essa foi a consolidação mais séria, apesar de ele ainda ser muito taxado como o "Ace Ventura" ou "Máscara", personagens que eu não suporto, por sinal.

Ouso dizer também que esse foi o último filme bom do Milos Forman, que já fez filmes como Amadeus, Hair e Um Estranho no ninho. O último filme que ele dirigiu foi Sombras de Goya, que ainda não vi, mas pela passada rápida que eu dei no Rotten Tomatoes, não parece lá essas coisas.

Um filme muito bom, que transmite muito bem a visão obstinada de Andy, até mesmo naqueles momentos "wtf?" que ele tinha (provavelmente as pessoas tinham reações parecidas na época), e termina com um ar de mistério, se é que eu posso usar essa palavra, sem explicação nenhuma. Mas porque não? Depois de tudo o que li sobre o cara, acho que essa é mesmo a maneira mais adequada de terminar o filme.
Roger Ebert já disse: "Nada explica Andy Kaufman. Se ele tivesse sido 'explicável',ninguém ia querer fazer um filme sobre ele."


E no fim, ninguém sabe mesmo...