Vou logo avisando que se você é aquele tipo de pessoa que curte filmes de "inicio-meio-fim" todos arrumadinhos, bonitinhos, esse não é um filme pra você.
Holy Motors é um filme que tem uma proposta radical, que rompe qualquer barreira com o aparente, e isso já é mostrado logo na primeira cena, em que o próprio Carax acorda num quarto de hotel, e a câmera vai se movendo em volta desse quarto e para num papel de parede com uma ilustração de árvores que pega todo o enquadramento -muito bonito, aliás-. A medida que Carax vai tateando essa parede ele encontra uma porta. Então,como num filme surreal, seu dedo médio é uma chave que abre essa porta e dá em uma sala de cinema.
Nessa sala é possível ver várias pessoas dormindo durante a sessão, talvez uma crítica ao espectador moderno, que extasia-se apenas com filmes caça-niqueis, cheios de efeitos especiais, perdendo todas as entrelinhas que o cinema pode trazer. Os filmes fáceis são cada dia mais vangloriados.
Nessa sala de cinema é que começa Holy Motors. Nesse filme dentro de um filme, nos é apresentado o protagonista, Monsieur Oscar (Denis Lavant), que entra em sua limousine e começa a atender seus "compromissos". Mas é aí que começa a bizarrice: dentro da limousine é um enorme camarim,e esses compromissos são os vários personagens que ele interpretará ao longo do filme: de uma senhora pedinte até um mendigo-duende que vive nos esgotos de Paris (Senhor Merda, personagem já apresentado por Carax em Tokyo![2006]).
As histórias são completamente desconexas, e tão pouco sabemos porque ele faz essas personagens.
É possível perceber que cada compromisso nos trás um gênero cinematográfico, que ficção científica ao terror, do musical ao drama, emulando emoções, rompendo pré-concepções e tomando a atenção do espectador pela completa falta de sentido.
Ao longo desses compromissos, podemos perceber um cansaço, uma solidão e a perda de identidade do protagonista (quando nos acostumamos com o filme, já não temos ideia de quem ele é), e isso se faz de uma analogia com o próprio propósito do fazer cinematográfico, que pode ser bem explicitado na conversa em que Lavant tem com Michel Piccoli :
"Você ainda gosta do seu trabalho? Estou perguntando isso porque nós achamos (e nesse "nós", pode-se dizer "o espectador") que você parece um pouco cansado recentemente. Alguns não acreditam mais no que estão vendo."
"Sinto falta das câmeras. Elas costumavam ser mais pesadas que nós.Agora elas são menores que nossas cabeças. Agora você não pode ver todas elas.(vale lembrar que Carax não curte muito essas técnicas cinematográficas modernas, e que ele só conseguiria financiamento pro filme se largasse mão da 35 mm), então algumas vezes eu acho muito difícil acreditar nisso tudo"
"Essa nostalgia não é um pouco sentimental? Bandidos não precisam ver câmeras de segurança para acreditar nelas"
"Tentando fazer todos nós paranoicos?"
"Você já não é? Eu sou. Muito.Por exemplo, eu sempre tive certeza de que morrerei um dia."
"O que você quer?"
"Nada. Você sabe que gosto do seu trabalho. Mas alguns de nós..."
"De quem diabos você está falando?"
"Deixe eu fazer as perguntas! O que te faz continuar, Oscar?"
" O que me fez começar: a beleza do gesto."
Essa cena se desenrola em mais ou menos dois minutos, mas eu acho que traduz muitíssimo bem o propósito do filme.
É aquele filme pra você ver e rever, e rever, e encontrar novos significados para o filme, porém por mais que se tente, sempre há alguma coisa nas sombras, inexplicável. Com uma composição fotográfica e enquadramentos muito bem feitos, Holy Motors definitivamente é um filme belo.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Dente Canino, de Giorgos Lanthimos
Fiquei um bom tempo pensando em como fazer minha estréia
(*joga glitter*) nesse blog. Faz uma vida que não escrevo resenhas e não
conseguia pensar em filmes que vi ultimamente que me inspirassem a escrever
(foi mal, “Débi & Lóide 2”). Até que me recordei deste filme grego de 2009
que vi no início de novembro, “Dente Canino” (Κυνόδοντας/Dogtooth).
Tendo ouvido falar um pouco sobre ele nos últimos anos,
resolvi dar uma lida na sinopse antes de assistir, o que acabou sendo uma ótima
decisão, uma vez que se não a tivesse tomado eu não entenderia praticamente
nada do que está acontecendo em cena até uma boa parte do filme. A trama conta
a história de uma família composta pelo pai, a mãe, uma filha mais velha, uma
filha mais nova e um filho vivendo na área rural da Grécia, que poderia ser
perfeitamente a área rural de marte. O clã vive em quase completo isolamento do
resto do mundo. Tudo que os filhos aprendem é ensinado pelos pais, “fatos”
como: “mar” é uma grande poltrona, “zumbi” é uma pequena flor amarela, o gato é
o animal mais perigoso que existe e os aviões que passam no céu são tão
pequenos quanto parecem e às vezes caem no jardim. Bizarro até aí? Só piora.
O único com permissão para deixar a propriedade é o pai, que
sai todos os dias para trabalhar, e a única pessoa de fora que entra na casa é
Christina, colega de trabalho do pai que é paga para ser levada (sempre com uma
venda nos olhos) até a casa e lá “satisfazer as necessidades” do filho. Os
filhos (todos jovens adultos que agem e são tratados como crianças) também
ouvem a história inventada pelos pais sobre um irmão que viveria além da cerca
viva em volta da propriedade, separado da família por mau comportamento,
condenado a viver só no mundo perigoso e cruel.
Como pode-se notar, a história é surreal, e pode ser vista
tanto como um tipo de filme de terror quanto como uma comédia de humor ultra
negro. Conforme a estrutura de fantasia criada pelos pais começa aos poucos a
mostrar rachaduras, as coisas vão passando de desconfortáveis a seriamente
perturbadoras, com os danos que uma vida vivida na ignorância pode causar vindo
à tona. Ao mesmo tempo, surgem constantes momentos de humor que provocam risos
dificilmente agradáveis (mais uma situação de “que desgraça, por que eu to
rindo disso?”) sempre causados pelo “WTF” da situação, como quando uma das
filhas pergunta à mãe o que é uma “vagina” - “um grande abajur”, a mãe
responde.
O filme é parado e silencioso, mas não achei que isso o
tornou cansativo ou chato, pelo contrário, o ritmo flui perfeitamente, o tom
quieto e calmo junto com a fotografia com muito uso de cores claras e cenas
iluminadas, faz um contraste chocante com a história perturbadora,
principalmente em cenas de violência, que surgem praticamente sem aviso e
causam o sobressalto de um objeto caindo com estardalhaço na sua casa no meio
da noite.
As atuações são excelentes, com destaque para Aggeliki
Papoulia como a filha mais velha. Vi algumas reclamações sobre o filme
afirmando ser difícil se conectar com os personagens, mas, a despeito da
história absurda, consegui simpatizar com a personagem dessa moça (ela não tem
nome; nenhum deles tem), e me peguei torcendo muito para que ela encontrasse,
de alguma forma, algum tipo de felicidade em sua vida miserável.
O filme, a meu ver, é uma grande alegoria aos aspectos mais
arcaicos da sociedade que se mantêm vivos e em vigor mesmo em tempos
contemporâneos. A família vive literalmente em um patriarcado, o pai é quem
toma as decisões (às vezes discutindo-as com a mãe, mas a sua palavra é a
final) e dá as ordens, ele é o único que pode sair da propriedade; o filho tem
suas necessidades sexuais reconhecidas, recebendo Christina para satisfazê-las,
enquanto as das filhas são completamente ignoradas; qualquer ideia e
comportamento apresentados pelos filhos que não estejam de acordo com os
“ensinamentos” dos pais são severamente punidos, e conhecimento e descobertas
são as piores coisas que podem acontecer a uma pessoa.
Gostaria de comentar muitos outros detalhes e cenas
marcantes (como uma cena de dança que deve entrar para o hall da fama do cinema
moderno), mas não quero correr o risco de deixar spoilers. Aos interessados em
ver o poder e os danos da ignorância e opressão retratados de uma das maneiras
mais criativas e surreais dos últimos tempos, recomendo fortemente “Dente
Canino”.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Interestelar, de Christopher Nolan
Esse é um filme que eu realmente estava ansiosa pra ver. Não por eu gostar do Nolan, ou algo do gênero. Mas pelo o que as pessoas mais próximas falavam dele.
Se você procurar mais textos sobre o filme, vai ser que muitas vezes ele é comparado ao 2001- Uma Odisséia no Espaço, do Kubrick.
Pude entender essa comparação, mas ainda sim não acho que ela deveria ser tão radical.
Kubrick tenta criar em 2001 toda uma maravilhamento reflexivo, intrigar, perturbar e nos deixar realmente confusos. E eu acho que o Universo é tudo isso mesmo, uma perplexidade incompreensível.
Em contrapartida, Nolan de adentra muito em explicações, muitas vezes desnecessárias, e eu, e acredito que mais pessoas, como leiga, ficava flutuando nessas partes do filme, afinal, eu não entendo nada sobre relatividade.
Terra, num futuro indeterminado, onde uma praga infesta plantações e a alimentação se torna escassa, onde antigos engenheiros tem de se tornar fazendeiros para poder atender uma demanda universal (vou tentar não me alongar muito, porque não quero dar spoilers).
Num determinado momento, o protagonista, Cooper, vivido por Matthew McConaghey, descobre que a NASA, está trabalhando clandestinamente na construção de naves para a exploração de um buraco de minhoca localizado próximo à Saturno, para a exploração de planetas possiveis de serem habitados, e coincidentemente Cooper é um ex-astronauta, e é convocado para essa missão, e fica no dilema de ficar e proteger sua familia e "salvar" a raça humana.
Como eu disse antes, o diretor muitas vezes se prolonga em explicações científicas, tirando um pouco do brilho do filme, mas encaixando elementos como amor e fé em teorias de Kip Thorne, físico norte-americano membro do Instituto de Tecnologia da Califórnia, um dos maiores estudiosos da teoria da relatividade.
Não sei nada muito a fundo de teoria da relatividade, então, eu não sei o quanto ele se utilizou de "licença-poética" pra fazer o filme.
Sei que na minha visão terreal das coisas, percebi algumas formulas muito piegas pra construção do roteiro do filme, mas que agrada um grande número de pessoas, e fazendo psicologia, dá pra entender bem isso ahsuhsuhas
Catucando um pouco aqui pela Internet, descobri que o roteiro escrito inicialmente apenas pelo irmão de Nolan, Jonathan, era pra ser dirigido por Steven Spielberg, por isso é possível encontrar cenas tipicamente spielberguianas, como a cena do drone, onde ele tenta mostrar ali não um fato muito importante do tema central do filme, mas criar laços e empatia pelos personagens. Spielberg afastou-se do projeto, deixando-o nas mãos de Christopher Nolan, que começou a modificar o roteiro, ainda com a ajuda de seu irmão e Thorne.
A direção de arte e a fotografia do filme são maravilhosas, então, quem tiver acesso, recomendo assistir numa fala de IMAX, que sem dúvida, faz muita diferença.
Definitivamente um filme que vale ser visto, tanto pela sua maravilhosa direção e atuações, como pelo seu trabalho como arte, uma verdadeira viagem. Entreterimento cinematográfico de primeira mas não deixando que ser profundo.
Auf Wiedersehen e até o próximo delírio :)
Se você procurar mais textos sobre o filme, vai ser que muitas vezes ele é comparado ao 2001- Uma Odisséia no Espaço, do Kubrick.
Pude entender essa comparação, mas ainda sim não acho que ela deveria ser tão radical.
Kubrick tenta criar em 2001 toda uma maravilhamento reflexivo, intrigar, perturbar e nos deixar realmente confusos. E eu acho que o Universo é tudo isso mesmo, uma perplexidade incompreensível.
Em contrapartida, Nolan de adentra muito em explicações, muitas vezes desnecessárias, e eu, e acredito que mais pessoas, como leiga, ficava flutuando nessas partes do filme, afinal, eu não entendo nada sobre relatividade.
Terra, num futuro indeterminado, onde uma praga infesta plantações e a alimentação se torna escassa, onde antigos engenheiros tem de se tornar fazendeiros para poder atender uma demanda universal (vou tentar não me alongar muito, porque não quero dar spoilers).
Num determinado momento, o protagonista, Cooper, vivido por Matthew McConaghey, descobre que a NASA, está trabalhando clandestinamente na construção de naves para a exploração de um buraco de minhoca localizado próximo à Saturno, para a exploração de planetas possiveis de serem habitados, e coincidentemente Cooper é um ex-astronauta, e é convocado para essa missão, e fica no dilema de ficar e proteger sua familia e "salvar" a raça humana.
Como eu disse antes, o diretor muitas vezes se prolonga em explicações científicas, tirando um pouco do brilho do filme, mas encaixando elementos como amor e fé em teorias de Kip Thorne, físico norte-americano membro do Instituto de Tecnologia da Califórnia, um dos maiores estudiosos da teoria da relatividade.
Não sei nada muito a fundo de teoria da relatividade, então, eu não sei o quanto ele se utilizou de "licença-poética" pra fazer o filme.
Sei que na minha visão terreal das coisas, percebi algumas formulas muito piegas pra construção do roteiro do filme, mas que agrada um grande número de pessoas, e fazendo psicologia, dá pra entender bem isso ahsuhsuhas
Catucando um pouco aqui pela Internet, descobri que o roteiro escrito inicialmente apenas pelo irmão de Nolan, Jonathan, era pra ser dirigido por Steven Spielberg, por isso é possível encontrar cenas tipicamente spielberguianas, como a cena do drone, onde ele tenta mostrar ali não um fato muito importante do tema central do filme, mas criar laços e empatia pelos personagens. Spielberg afastou-se do projeto, deixando-o nas mãos de Christopher Nolan, que começou a modificar o roteiro, ainda com a ajuda de seu irmão e Thorne.
A direção de arte e a fotografia do filme são maravilhosas, então, quem tiver acesso, recomendo assistir numa fala de IMAX, que sem dúvida, faz muita diferença.
Definitivamente um filme que vale ser visto, tanto pela sua maravilhosa direção e atuações, como pelo seu trabalho como arte, uma verdadeira viagem. Entreterimento cinematográfico de primeira mas não deixando que ser profundo.
Auf Wiedersehen e até o próximo delírio :)
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Dumbland, de David Lynch
Acho que já podemos começar o o blog com um post um tanto quanto inusitado, já que pelo que eu estou ouvindo o filme da vez é "Interestelar" do Nolan.
Dumbland é uma web série de 2002 dirigida, produzida, escrita por David Lynch (inclusive, ele também faz todas as vozes). Uma animação mega tosca, diga-se de passagem, feita apenas com o Flash.
A série é dividida em 8 episódios, e mostra o cotidiano de um homem (que ao longo da série não nos é dito seu nome, mas no site do Lynch, seu nome é Randy), sua esposa, uma mulher notoriamente com distúrbios mentais e seu filho, que tem uma voz fininha e irritante.
Tudo tem um humor muito agressivo, definitivamente uma marca do Lynch, onde Randy se encontra em situações completamente absurdas, de cenas escatológicas até piadas com peido (sim, piadas de peido) o que na minha opinião torna a coisa toda muito mais engraçada. O próprio definiu a série como "cruel, estúpida, violenta e absurda", então já dá pra você ter uma ideia da coisa.
Os traços da animação remetem a um trabalho feito anteriormente por Lynch para o jornal Los Angeles Reader ao longo dos anos 80/ início dos 90, o The Angriest Dog in the World.
Somando os 8 episódios, a duração da série é de aproximadamente 30 minutos, bem "fácil" de ver.
Vale a pena pra quem gosta de coisas absurdas, pra quem quer ver Lynch numa plataforma diferente, e é claro, os amantes do diretor.
Ou poderia me estender mais aqui, mas não há muito a ser dito. Apenas vejam!
Se você quiser sugerir um filme, não se acanhe, coloque nos comentários :)
E aqui me despeço de vocês! Auf Wiedersehen e até o próximo delírio :)
Dumbland é uma web série de 2002 dirigida, produzida, escrita por David Lynch (inclusive, ele também faz todas as vozes). Uma animação mega tosca, diga-se de passagem, feita apenas com o Flash.
A série é dividida em 8 episódios, e mostra o cotidiano de um homem (que ao longo da série não nos é dito seu nome, mas no site do Lynch, seu nome é Randy), sua esposa, uma mulher notoriamente com distúrbios mentais e seu filho, que tem uma voz fininha e irritante.
Tudo tem um humor muito agressivo, definitivamente uma marca do Lynch, onde Randy se encontra em situações completamente absurdas, de cenas escatológicas até piadas com peido (sim, piadas de peido) o que na minha opinião torna a coisa toda muito mais engraçada. O próprio definiu a série como "cruel, estúpida, violenta e absurda", então já dá pra você ter uma ideia da coisa.
Os traços da animação remetem a um trabalho feito anteriormente por Lynch para o jornal Los Angeles Reader ao longo dos anos 80/ início dos 90, o The Angriest Dog in the World.
Somando os 8 episódios, a duração da série é de aproximadamente 30 minutos, bem "fácil" de ver.
Vale a pena pra quem gosta de coisas absurdas, pra quem quer ver Lynch numa plataforma diferente, e é claro, os amantes do diretor.
Ou poderia me estender mais aqui, mas não há muito a ser dito. Apenas vejam!
Se você quiser sugerir um filme, não se acanhe, coloque nos comentários :)
E aqui me despeço de vocês! Auf Wiedersehen e até o próximo delírio :)
terça-feira, 18 de novembro de 2014
O início dos delírios
Vamos começar esse blog de uma maneira bem despretensiosa. Acho que o que nos move é a paixão pelo cinema, essa coisa fantástica que ele é.
Aqui podemos ter opiniões bem diferentes, o que pode muito provavelmente acontecer, mas acreditamos que essa reflexão crítica dos filmes nos torna melhores espectadores.
A ideia estava crescendo nas nossas cabeças já faz um tempo, e entre umas e outras conversas bêbadas, a ideia finalmente se concretizou e esperamos que ela vingue!
A primeira vista não teremos nenhuma regularidade com o tempo de postagens, até porque muitas vezes tempos toneladas de coisas da faculdade pra resolver.
Aqui não tem certo e errado, apenas a opinião sincera de três universitárias, e sempre é bom receber feedbacks, positivos ou negativos.
Esperamos que vocês curtam o blog e contribuam com suas opiniões também.
Que os delírios comecem!
Assinar:
Postagens (Atom)